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Nesta terça-feira (12), em Lisboa, ocorreu um evento esportivo chamado “Global Football Mgt”, que contou com a presença de Jorge Jesus, um dos maiores técnicos da história do Flamengo. Entre os palestrantes estava o Mister, que revelou sua paixão pelo futebol brasileiro e fez questão de elogiar os jogadores do time campeão de tudo em 2019.
– Antes de chegar ao Flamengo já era um apaixonado pelo futebol brasileiro. Já na altura era apaixonado pelas seleções brasileiras, pelos jogadores brasileiros e Pelé, o exemplo máximo do jogador brasileiro -, disse o Mister, que continuou:
– O jogador brasileiro é talentoso, gosta de aprender e trabalha com alegria. Aprendi isso com eles. Eles gostam de aprender para além do que é o conhecimento deles sobre o treino e depois demonstram gratidão por serem ensinados -, contou.
Apesar da curta passagem pelo Flamengo – pouco mais de um ano -, a trajetória de Jorge Jesus no comando do Mengo foi avassaladora e, com muitos feitos, o Mister se eternizou como um dos maiores treinadores da história do Fla.
À frente do Flamengo, Jorge Jesus conquistou o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores da América, ambos em 2019. No ano seguinte, ergueu os troféus do Campeonato Carioca, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana.
Eu vi uma parte dessa palestra dele no Youtube. Uma coisa muito importante esta matéria não reproduziu: JJ disse que a grande dificuldade dele foi “ensinar” os atletas do Mengão a jogar sem a bola, ou seja, a marcar quando perdem a bola. Acredito que está aí o pulo do gato do Mister em relação aos treinadores brasileiros. É muito difícil um técnico brasileiro conseguir convencer seus comandados a seguirem a dinâmica de jogo da English Premier League, por exemplo: quando se perde a bola, deve-se sufocar o adversário e não deixá-lo pensar( o que se chama “marcação alta” aqui no Brasil). Alguns bons atletas brasileiros não se firmam na Europa porque justamente não conseguem absorver esse estilo de jogo mais participativo. Eu gostaria de ver nossa horrorosa seleção brasileira sendo treinada um dia por Guardiola ou Klopp para entendermos até que ponto é possível implantar essa filosofia de jogo no país. O Mengão do segundo semestre de 2019 foi revolucionário nesse ponto. Dava gosto de ver aquele time jogar porque o adversário dificilmente conseguia quebrar a primeira linha de marcação alta do time , o que permitia que as goleadas surgissem espontaneamente.
Parabens pelo comentario bem explicativo meu caro J
Valeu, Francisco. Saudações rubro- negras!
Bonito na teoria, complicado na prática. Pessoalmente, não gosto muito deste sistema de marcação alta. Na Europa, com poucos jogos no calendário, temperatura amena, gramados impecáveis e DMs de alto nível, certamente funciona que é uma maravilha. Já no Brasil, ter funcionado com o Flamengo em 2019 foi um milagre! Por isso, prefiro uma filosofia mais alternada, na qual fazemos pressão até sair o gol e a partir daí, cadenciar o jogo.
PS.: o questionado Zé Ricardo jogava assim.
Joh, concordo que no Brasil as condições para um esquema como esta são difíceis, mas o Mengão de JJ em 2019 provou que é possível. Evidentemente, é necessário que se faça ajustes principalmente no calendário. Não há necessidade de 16 datas nos campeonatos estaduais, por exemplo. Os grandes poderiam entrar em uma quartas de final do Cariocão em jogo único em cada fase até a final com 3 datas de meio de semana para quem chegar ao título. Por outro lado, o país que não adotar o sistema ” europeu” não vai sobreviver no mundo do futebol. O Mengão, por exemplo, fez jogo duro contra o Liverpool na final do Mundial Interclubes porque fez marcação alta na saída de bola dos ingleses. Já o Grêmio de Renaro enfrentou o Real Madrid marcando baixo e sofreu uma das maiores pressões que eu vi em um uma final de Mundial (confira no Youtube). Espero que o Mengão vença a Libertadores e esteja na final do Mundial contra o Chelsea em janeiro de 2022 para testarmos se nosso esquema de jogo é suficiente para encarar os grande europeus.