Fabiano de Abreu: “O lado mental por trás das maiores conquistas do Flamengo”

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Por: Fabiano de Abreu

Flamengo e Pedro, uma relação que teve seus altos e baixos. Hoje, felizmente, os baixos ficam apenas numa remota lembrança de um início de temporada difícil. O centroavante rubro-negro é o melhor da Copa Libertadores. No entanto, não foi apenas Pedro que desfilou na competição, o quarteto reconstituído por Dorival faz a diferença em cada partida, seja por Libertadores ou não. E como o uruguaio, Arrascaeta confirmou:

“Alegria gigante. A gente tem conquistado neste clube, durante os últimos anos, uma coisa que vai ficar com certeza na história deste grande clube. A gente está construindo, tem muita coisa pela frente para conquistar, mas a palavra para mim é gratidão. Esse ano foi à base do sacrifício, da superação, tivemos que dar a volta por cima. Esse time mostrou que a qualidade e ter a cabeça forte também é importante”, disse Arrascaeta, em entrevista para a ESPN Brasil.

Apesar dos louros, os títulos do Mais Querido não vieram apenas da técnica, tática e uma preparação física forte, os tempos são outros. Assim como parte da sociedade precisa de ajuda psicológica, também os jogadores. O futebol não é o mesmo do passado. Os craques daqueles tempos, poderiam não ser os mesmos hoje em dia. Um jogador tem que lidar com pressões, multidões, psicológico coletivo e individual. Sem contar que todos evoluíram e, ser bom hoje, exige muito mais físico e psicológico do que na era de ouro.

Da mesma forma, não compararia Pelé a Cristiano Ronaldo, Nunes a Pedro. São outros tempos. Penso que Pedro naquela época seria o melhor do mundo. Mas não digo apenas pelos espaços e técnica desenvolvida dos jogadores, assim como estratégias aprimoradas dos treinadores. Digo pelo principal: ter cabeça, manter a homeostase, em meio à pressão nas redes sociais, investidores, empresários, torcedores, entre outros fatores que são bem mais massivos que naquela época.


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Inclusive, em conversa pessoal com o treinador mental Lincoln Nunes, que acompanha os craques da Seleção Brasileira no pré-copa, confirma as ideias acima:

“Atualmente, no jogo do futebol moderno de pressão em linhas altas, existe muito mais chances de falhas nos momentos-chave da partida. Por exemplo, no passe final ou naquele corte crucial do zagueiro. O trabalho mental consegue aumentar a assertividade dos jogadores nos lances onde a concentração é quase tão importante quanto a ponta das chuteiras. Isso fica nítido quando um técnico que passa a confiança aos atletas de um time que estava à beira da zona do rebaixamento e consegue ser campeão de duas copas e ocupar o terceiro lugar no campeonato nacional”.

“Os craques modernos lidam com uma bagagem extra que muitas pessoas não consideram, como: uma mídia que, literalmente, sabe todos os seus passos, salários infinitamente maiores aos do passado e uma cobrança que, às vezes, extrapola. Portanto, o trabalho mental não é somente para o atleta que está em baixa, ele serve para que, por exemplo, o melhor da América continue sendo o melhor. A palavra que define a performance é constância”.

Agora, o Rubro-Negro tem um desafio maior para testar o lado mental tanto de comissão quanto dos atletas, o Mundial de Clubes. Se tudo der certo, a final promete o embate entre Flamengo e Real Madrid (ESP). Enfim, é o momento de ajustes finos e refinamentos de processos para que o clube esteja na ponta dos cascos em fevereiro.

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