Após o Cruzeiro sofrer três gols contra o Palmeiras, pela Copa do Brasil, quando ganhava por 3 a 0, Mano Menezes disse que o time não levaria mais tantos gols em uma só partida, como aconteceu. Diferentemente dos outros grandes times que, em casa, pressionam o adversário em uma decisão, o Cruzeiro teve, contra o Flamengo, muitos cuidados defensivos, o que já tinha ocorrido contra Palmeiras e Grêmio, com sucesso, também pela Copa do Brasil.
A estratégia de Mano foi desnecessária ou foi a melhor maneira de ser campeão, já que a equipe não é nenhuma maravilha e enfrentava um time do mesmo nível? Se o Flamengo vencesse nos pênaltis, Mano seria bastante criticado, por falta de ousadia.
Muitos comentaristas e torcedores ironizavam, antes da partida, que a tática de Mano era empatar, porque, nos pênaltis, seria certa a conquista do título. Mauro Cezar Pereira, independente e brilhante jornalista esportivo, fala, há muito tempo, que Muralha é muito ruim para defender pênaltis. Já foi o tempo em que a responsabilidade era apenas do cobrador e que o pênalti bem batido sempre entrava. Os goleiros evoluíram muito e são também decisivos.
Depois da partida, Fábio disse que recebeu todas as informações da comissão técnica sobre a maneira de cobrar dos jogadores do Flamengo, mas que decidiu o canto no momento, pois os batedores variavam o lado a cada cobrança. Já Muralha, orientado dentro do clube, adotou a tática amadora, de contar com a sorte, de ir sempre para o mesmo canto. Evidentemente, Muralha não é o culpado pela perda do título. Todos poderiam ter feito melhor. Diego, repito, bom jogador, possui mais prestígio do que joga.
Cruzeiro e Flamengo fizeram uma partida ruim e equilibrada. Como é habitual no futebol brasileiro, marcaram muito bem atrás, mas não conseguiram chegar à frente com muitos jogadores, trocando passes, até o gol.
Faltou uma estratégia mais ousada e, principalmente, mais talento individual.
As melhores equipes do mundo, além da enorme superioridade individual sobre os grandes times brasileiros, alternam a marcação mais recuada com a mais adiantada, pressionando e tentando recuperar a bola mais perto do outro gol e/ou onde a perderam. Outra postura é a de marcar, no campo do adversário, a saída de bola do goleiro, obrigando-o a dar chutões. As equipes brasileiras raramente usam essas duas estratégias.
A marcação com duas linhas de quatro começou em 1966, com os ingleses, campeões do mundo. Durante décadas, era proibido jogar assim no Brasil, porque era considerada uma megarretranca. Hoje, é moderno.
O futebol, em todo o mundo, está mal dividido, entre os treinadores pragmáticos, utilitaristas, a maioria absoluta, que se contentam com a vitória, e os raros treinadores sonhadores, ousados, que querem vencer e brilhar. As duas posturas são necessárias e eficientes, mas existe um amplo domínio, uma ditadura dos pragmáticos. A diversidade é fundamental.
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Segundo o novo dicionário futebolês, existem os times que propõem o jogo, que tomam a iniciativa, e os reativos, que adoram um contra-ataque; os que gostam de ter a bola e os que não gostam; os que entregam ou não entregam o que prometeram; os que trocam muitos passes e os que têm um estilo vertical, agudo – vertical seria para o alto- e dezenas de outras expressões.
Nossa que comentário bem desenvolvido. Concordo com tudo, pois o futebol brasileiro vive de resultados há muitos anos. Muito bom ouvir o Tostão.
Realmente vive d resultados!!! Só o flamengo q morre com ele no cheirinho!! 2019 já!!
Pelo menos os flamenguistas podem dizer que nunca sentiram o fedor do rebaixamento.
muito bom ler o Tostão.
É ótimo ler o tostão!
legal o texto, mas para o fla faltou futebol…
Tostão sempre dando um show em seus textos.
Como jogador o Zico foi anos Luz melhor. #Chupaflavinho
O problema é que só valem os resultados no Brasil pois o futebol tá medíocre. Se nosso time estivesse jogando bem, encantando, e perdendo, eu acho que a torcida até iria aceitar mais. O problema é jogar feio e não ganhar nada. SRN
Faltou futebol ao clube, mas sobrou retranca adversária. Em minas gerais.
Pro Thiago Neves e o De Arrascaeta marcarem até a intermediária do próprio time com nossos zagueiros no meio campo o primeiro tempo inteiro, mostra o quanto esse nosso futebol brasileiro é feito do Muricybol – as goleadas de 1×0.
O time do Cruzeiro é bom. Muito bom. Mas deu pena de vê-los jogar conosco como se fossem o Coritiba em casa e serem campeões. Assim hoje também jogam Gambás e botachoro. Isso é futebol? Jogar a partida inteira com um escudo ao invés de disputá-la, tentar a todo custo não perder?
O futebol HOJE no Brasil é simples: Faça o primeiro gol que você vencerá o jogo.
SRN