SporTV – Apesar de ser o clube com a maior torcida do Brasil, o Flamengo não chega nem perto da liderança no ranking de sócios-torcedores do Movimento por um Futebol Melhor. Segundo o site da campanha, o Rubro-Negro ocupa a sétima colocação do “torcedômetro” com 53.941 sócios-torcedores. O líder é o Internacional, com 129.553. Ainda assim, o vice-presidente de marketing do clube carioca, Luiz Eduardo Baptista, elogiou o programa de sócio-torcedor do Flamengo e acredita que, financeiramente, é o de melhor resultado financeiro do país.
– Ainda que o Flamengo não tenha um estádio e o seu plano não tenha 10 anos, do ponto de vista do clube o que é mais relevante? Ter mais sócios torcedores ou ser o que mais arrecada? Porque o maior programa do Brasil, do ponto de vista financeiro, é o do Flamengo com dois anos. Boa parte do sucesso do programa eu tenho que agradecer àqueles 54 mil torcedores que contribuem para a grandeza do nosso plano. Ter muita gente é importante, mas contribuindo com alguma coisa. Para um clube que não tem estádio, e não está tendo a performance esportiva correspondente à paixão de cada um, o resultado é extraordinário – disse Bap durante o programa “Arena SporTV”.
Segundo Bap, o sucesso de clubes como Inter e Palmeiras se explica por diferenciais que o Flamengo não possui. Um deles é o estádio próprio, e o outro a possibilidade do sócio-torcedor votar nas eleições presidenciais do clube. Algo que ocorre, por exemplo, no Colorado. Estes são pontos ainda difíceis para o Rubro-Negro poder alcançar em curto espaço de tempo.
– Os clubes que estão com mais sócios torcedores no Brasil não necessariamente estão em uma fase boa, como o Palmeiras, mas possuem eventos que motivam. Um deles, por exemplo, é o estádio. O Internacional desde o início dá ingressos e o torcedor pode votar no clube, são duas motivações importantes. O Flamengo, por sua vez, não tem estádio e o estatuto do clube não permite que o sócio-torcedor vote. Construir um estádio não é do dia para noite. Mudar o estatuto também não é do dia para noite, pois tem uma série de demandas. Você não pode mudar o estatuto em ano eleitoral, como no nosso caso. Existem realidades diferentes, que trazem mais ou menos competitividade aos clubes – explica o vice de marketing flamenguista.
Na opinião do executivo, não há com a criação do sócio-torcedor uma tendência e “elitizar” os estádios. Luiz Eduardo Baptista afirma que o programa consegue atender às demandas de cada tipo de torcedor, com descontos, brindes ou promoções.
– Eu acho que o conceito de elitização do futebol é uma tolice. Em cada mercado quem cuida da democratização e da universalização do acesso são as televisões. Um estádio tem capacidade para 40 mil, 50 mil torcedores. Qualquer um dos 40 principais clubes brasileiros mais que lotaria qualquer estádio. Se fosse possível democratizar o acesso a qualquer pessoa, os estádios seriam finitos. Então, você tem o torcedor que está presente no local, o torcedor que mora em Manaus, o torcedor que mora no Maranhão, enfim, existem produtos para cada cliente – disse Bap.