Por que 50 passes em 180 segundos explicam evolução do Fla com Rueda

Compartilhe com os amigos

A vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR nesse domingo à tarde, na Ilha do Urubu, foi a terceira em quatro jogos do Flamengo com Reinaldo Rueda. A defesa, antes instável e vazada 17 vezes em nove de 10 partidas, não levou gol em 360 minutos ou quatro jogos inteiros. Mas não é só isso que explica o crescimento do Rubro-Negro, finalista da Copa do Brasil e em quinto no Brasileirão.

Contra o Furacão, o Flamengo teve bons momentos no primeiro tempo, com boa troca de passes e movimentação dos homens que ficam à frente da zaga – Cuéllar e William Arão parecem se entrosar melhor no combate e na aproximação aos homens de frente.

Construção de jogada crescendo

No fim do primeiro tempo, um lance chamou a atenção. Em 2 minutos e 30 segundos com a bola, a bola rodou de pé em pé em 50 passes do time do Fla. Todos 11 jogadores – incluindo o goleiro Diego Alves – participaram do lance.

Detalhe: das 50 troca de passes, 16 vezes passaram pelos pés de Cuéllar e Arão – sete vezes com o gringo, nove com o volante brasileiro.

Em outra jogada, mais objetiva, Diego Alves sai a bola para Rhodolfo, que toca rapidamente para Cuéllar. O colombiano passa a Diego, dele para Rodinei. Do lateral para Berrío exigir boa defesa de Weverton. No rebote, Rodinei foi bloqueado.

A mudança de comportamento e a volta das vitórias também colaboram com a confiança da equipe. Depois do lindo drible contra o Botafogo, Berrío arriscou até balão de chaleira – e acertou em cima de Paulo André!

Com Rueda, os volantes estão participando mais da saída de jogo. A dupla volta à defesa para buscar a bola nos pés dos zagueiros e passa meias ou laterais – são passes verticais alternados aos laterais, o que acontece mais com o colombiano do que ocorria com Márcio Araújo. Nos últimos dois jogos, o time acertou 458 e 439 toques, contra Atlético-GO e Atlético-PR, respectivamente.

O que tem faltado, porém, são mais jogadas pelo meio – a maioria nas últimas partidas foram pelas laterais e deram certo. Diego fez gols nos últimos dois jogos, mas ainda oscila na criação de opções pela área central do campo, o que aumenta a necessidade de os pontas aparecerem mais.

Menos chuveirinhos como válvula de escape

A reta final de Zé Ricardo no comando do Flamengo deixou uma marca: o excesso de bolas erguidas na área, sem qualidade e muitas vezes por falta de opção na criação. No último jogo sob comando do agora treinador do Vasco, o Rubro-Negro errou 36 cruzamentos e acertou cinco. Contra o Atlético-PR, neste domingo, foram 21 errados e cinco certos (foi a partida, inclusive, em que o time de Rueda mais errou esses lances).

A média de cruzamentos errados no Campeonato Brasileiro com o novo treinador, porém, caiu bastante. Em 19 partidas, o Flamengo havia cruzado 428 vezes sem direção: média de 22,53 por jogo. Nos últimos dois confrontos no Brasileirão, o Rubro-Negro levantou 32 bolas erradas na área adversária (11 contra o Atlético-GO e 21 diante do Atlético-PR): média de 16 em cada um.

Com Zé Ricardo, também só na competição nacional, foram 113 cruzamentos certos em 19 partidas: média de 5,94 em cada uma. Já com Rueda, diante dos goianos e dos paranaenses, foram 16 (11 no primeiro duelo e cinco no segundo), com média de oito em cada.


Veja mais:

A tão falada defesa

Rueda estreou no comando do Flamengo logo depois da derrota por 2 a 0 para o Atlético-MG, fora de casa, e tentou corrigir os erros defensivos. Deu certo. Com a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR, o Rubro-Negro chegou a 360 minutos sem levar gols.

“Todo dia ele (Rueda) trabalha um pouquinho a defesa, tentamos melhorar a saída de bola, também. Apesar do idioma, ele é um cara muito comunicativo”, disse o zagueiro Rhodolfo depois do último jogo

Uma das primeiras decisões de Rueda no comando do Flamengo foi optar por um lateral-esquerdo mais defensivo. A primeira opção foi Renê, que se machucou e está se recuperando. Contra o Atlético-GO, por exemplo, Rafael Vaz foi improvisado no setor. Nas últimas partidas, diante de Botafogo (Copa do Brasil) e Atlético-PR, o lateral-direito Pará, bom defensivamente, atuou na esquerda.

Outra mudança de Rueda no Flamengo foi a entrada de Cuéllar para formar a dupla de volantes com Willian Arão. O colombiano, perto da defesa, tem se destacado na proteção e por causa da qualidade na saída de jogo.

Solidariedade coletiva

Rueda credita o bom momento defensivo à participação de todos os jogadores na marcação. Diego, por exemplo, deu diversos carrinhos durante a vitória sobre o Atlético-PR.

– Passa por um compromisso de toda a equipe, de todos jogadores, da reação anímica e futebolística. É uma resposta muito boa ao estilo de trabalho e de treinamento, com boa receptividade e compromisso com a torcida. É uma equipe com caráter ganhador, de time grande e organizado – disse o treinador.

Fonte: globoesporte.com

Compartilhe com os amigos

Veja também

  • Pior e saber que aquele idiota do Ze não foi demitido …ele se auto demitiu por ter insistido tanto nessa ingua do MA.

  • Ver o Cuellar jogando me faz ter tanto ódio do Caramujo, mais depois eu lembro que esse ódio tem que ir pro Zé Ricardo. Não faz o menor sentido você assistir os dois treinando todo dia e preferir o Caramujo, em 10 segundos uma criança de 2 anos é capaz de ver a diferença abissal que existe entre os dois
    Em um jogo o Cuellar faz mais jogadas eficientes do que o Caramujo durante toda a carreira

    • Eu sinto a mesma raiva cara, acredite. A pior coisa do mundo é uma pessoa que morre com sua teimosia. Cabeça dura do c….. prefere ser demitido do que mudar de atitude.Por causa dele perdemos um semestre inteiro.

    • Botar o Cuellar com os laterais plantados e as subidas mais controladas se torna mais propício para o colombiano, em vista do bom passe e da combatividade dele. Mas no esquema do Zé Ricardo, com a necessidade de rápida recomposição e cobertura para os laterais, ele iria ficar perdidinho em campo. Não é uma questão do jogador X ou Y ser melhor ou pior, mas sim em vista das necessidades do esquema tático. No geral, se ganhamos em maior solidez defensiva (mais em vista das mudanças táticas do que pela escolha do jogador X ou Y), iremos perder na capacidade de propor jogo e dominar a partida. Duvida? isto, veremos contra times mais fortes… &;-D

      • A única coisa que você falou foi que o Zé Ricardo não sabe armar o time… sobre ficar perdido, mais perdido que o MA nunca vai existir
        Eu tendo a acreditar que o que voce chama de propor jogo do Zé Ricardo seja alguma piada

        • Este é o seu ponto de vista. Só me resta respeitar… &;-D

          • Eu sempre vou respeitar seus pontos de vistas, e principalmente o fato de você colocar a cara mesmo quando o vento não esta a seu favor
            Mais é que o propor jogo do Zé era sempre na loucura subindo com todo mundo, os escanteios que o Flamengo batia eram sempre mais perigosos pro próprio Flamengo do que pro adversário, o que sempre me deixava mais chateado é que parecia que o Zé conseguia fazer diferente daquilo e ele nem ao menos tentava

            • Nisto concordo plenamente! Se o Zé Ricardo tivesse segurado mais as subidas dos laterais e substituído o M. Araújo pelo Cuellar (mais para preservar o atleta e a ele mesmo do que por convicção), talvez ainda estaria no comando… &;-D

      • Penso da mesma forma!

Comentários não são permitidos.